21/02/2013 - 08:49

Defensivos

Usos de Agrotóxicos
 

Toda vez que se pretende realizar um tratamento fitossanitário, com a utilização de produtos químicos, é necessário que sejam obdecidos pelo menos três procedimentos básicos para garantir bons resultados no controle:

- Qual é o alvo biológico que precisa ser controlado?
- Qual o tratamento mais adequado?
- Como realizar uma aplicação eficaz?

A aplicação errada de produtos químicos é sinônimo de prejuízo, pois além de gerar desperdício e conseqüentemente aumentar os custos de produção, pode ocasionar resistência dos insetos aos inseticidas e aumenta, consideravelmente, os riscos de contaminação das pessoas e do ambiente. De uma forma geral, até 70% dos produtos pulverizados nas lavouras podem ser perdidos por má aplicação, escorrimento e deriva descontrolada. Para melhorar este desempenho, são essenciais a utilização correta e segura dos produtos fitossanitários, assim como a capacitação da mão-de-obra que vai lidar com esse tipo de insumo..

 

Tecnologia de aplicação de defensivos
 

A tecnologia de aplicação é o resultado de um conjunto de procedimentos que viabilizam o controle pragas ou doenças utilizando-se produtos químicos específicos que controlam as mesmas. Neste processo, existem diferenças entre procedimentos que precisam ser esclarecidos. A saber:

Diferença entre pulverização e aplicação

Pulverização: processo físico-mecânico de transformação de uma substância líquida em partículas ou gotas.

Aplicação: Deposição de gotas sobre um alvo desejado, com tamanho e densidade adequadas ao objetivo proposto.

Diferença entre regular e calibrar o equipamento

Regular: ajustar os componentes da máquina às características da cultura e produtos a serem utilizados. Ex.: Ajuste da velocidade, tipos de bicos, espaçamento entre bicos, altura da barra etc.

Calibrar: verificar a vazão dos bicos, determinar o volume de aplicação e a quantidade de produto a ser colocada no tanque.

É muito comum os aplicadores ignorarem a regulagem e realizarem apenas a calibração, o que pode provocar perdas significativas de tempo e de produto, resultando assim na ineficiência de controle.

Interação entre o produto e o pulverizador

Quando se pensa em pulverização, deve-se ter em mente que fatores como o alvo a ser atingido, as características do produto utilizado, a máquina, o momento da aplicação e as condições ambientais não estarão agindo de forma isolada. A interação destes fatores é a responsável direta pela eficácia ou ineficácia do controle.

Qualquer uma destas interações que for desconsiderada, ou equacionada de forma errônea, poderá ser a responsável pelo insucesso da operação. Consideramos aqui a interação produto x pulverizador, por ser uma das que mais freqüentemente causam problemas no campo.

 

Importância da agitação da calda
 

O primeiro passo na regulagem de qualquer pulverizador é saber se o sistema de agitadores funciona adequadamente. No caso dos pulverizadores tratorizados, a tomada de potência (TDP) é responsável por acionar a bomba e o sistema de agitação mecânico. Deve-se trabalhar com uma rotação de 540 rpm na TDP, por ser esta a rotação para o qual o sistema normalmente é dimensionado. Caso seja selecionada uma rotação do motor inferior à especificada para proporcionar 540 rpm na TDP, interferências negativas sobre o sistema de agitação poderão ser observadas, em função da redução no número de revoluções da hélice (agitador mecânico) ou da quantidade de calda devolvida ao tanque pelo retorno (agitação hidráulica). Ambas as reduções podem interferir diretamente na eficácia dos produtos fitossanitários utilizados, principalmente em função da sua formulação. Formulações pó-molhável (PM) ou suspensão concentrada (SC), por possuírem partículas sólidas em suspensão, tendem a se depositar no fundo do pulverizador em condições de agitação ineficiente.Nas formulações com concentrado emulsionável (CE), que é um líquido parcialmente solúvel em água, o mesmo tende a migrar para a superfície do tanque sob condições de má agitação. Isso faz com que, no início da aplicação, a concentração da calda seja superior nas formulações de PM ou SC e inferior na formulação CE, acontecendo o inverso no final da aplicação. Nessas condições ocorrerá má distribuição do produto mesmo quando a dose por área estiver adequada.

 

Mistura de formulações
 

Deve-se evitar mistura de suspensões PM ou SC com adjuvantes oleosos no tanque de pulverização. Esta mistura pode ser prejudicial devido à potencialização da coalizão de duas ou mais partículas de pó em uma de óleo, ocasionado problemas de entupimento de filtros e bicos.

 

Importância de usar os filtros corretos
 

Formulações tipo pó-molhável (PM) ou suspensão concentrada (SC), por possuírem partículas sólidas em suspensão na calda, podem apresentar problemas quando o pulverizador for equipado com filtros de malha 80 (80 aberturas em 1 polegada linear) ou superior, uma vez que o diâmetro das partículas de pó poderá ser superior ao da abertura das peneiras. Isso faz com que uma grande quantidade de produto seja retida pelo filtro, formando uma pasta que o bloqueia com freqüência, obrigando o operador a realizar limpezas constantes, reduzindo assim o período útil de trabalho e elevando o risco de contaminação do aplicador. Dessa forma, na aplicação de suspensões, filtros de malha fina, bem como bico de pulverização que exijam a utilização de tais malhas, não devem ser empregados, devendo-se optar por malhas 50, ou mesmo menores, quando possível. Deve-se destacar que as formulações vêm se desenvolvendo muito, o que tem permitido que alguns pós permaneçam em suspensão por até 24 horas. Tais pós podem não apresentar problemas com malha 80, entretanto, ainda são exceções.

 

Volume de pulverização a ser utilizado
 

O volume de pulverização a ser utilizado será sempre conseqüência da aplicação eficaz e nunca uma condição pré-estabelecida, pois depende de fatores tais como: o alvo desejado, o tipo de bico utilizado, as condições climáticas, a arquitetura da planta e o tipo de produto a ser aplicado. Portanto, não existe um valor pré-definido para volume de calda apenas em função do produto. O importante é colocar o produto de forma correta no alvo com o mínimo de desperdício e contaminação do ambiente. Por razões de economia, deve-se aumentar a capacidade operacional dos pulverizadores, procurando trabalhar com o menor consumo de calda por hectare.

 

Tamanho das gotas
 

Um bico de pulverização não produz um único tamanho de gota. Dessa forma, o tamanho utilizado na classificação da pulverização (fina, média ou grossa), será o diâmetro da gota que divide o volume pulverizado em partes iguais, denominado de Diâmetro Mediano Volumétrico (DMV).

Numa aplicação correta, o tamanho das gotas é muito importante para se atingir o alvo desejado, o que entenderemos melhor a seguir:

Gotas grandes (> 400 µm): sofrem pouca deriva e apresentam menores problemas com a evaporação no trajeto do bico ao alvo. Por outro lado, proporcionam menor cobertura da superfície a ser tratada, menor concentração de gotas por cm², possuem baixa capacidade de penetração na cultura e elevam a possibilidade de escorrimento do produto nas folhas.

Gotas médias (200-400 µm): características intermediárias entre as grandes e as pequenas. Se não houver qualquer indicação na bula do produto fitossanitário, deve-se utilizar gotas de tamanho médio, com o objetivo de reduzir a probabilidade de erros na aplicação.

Gotas pequenas (<200 µm): são mais afetadas pela deriva e apresentam grandes problemas com evaporação durante a aplicação. Porém, proporcionam cobertura do alvo e quantidade de gotas por cm² normalmente altas (sob condições climáticas adequadas), possuem também alta capacidade de penetração na cultura e reduzem a possibilidade de escorrimento do produto nas folhas.

Importante: Em toda pulverização, seja ela classificada como fina, média ou grossa, existirão gotas pequenas, médias e grandes, variando-se apenas a proporção entre elas.

 

Bicos de pulverização
 

Habitualmente, o termo "bico de pulverização" é utilizado como sinônimo de "ponta de pulverização", entretanto, correspondem a estruturas diferentes. O bico é composto pelo conjunto de componentes ou estruturas até a fixação na barra (corpo, peneira, ponta e capa), enquanto que a ponta corresponde ao componente do bico responsável pela formação das gotas. Existem diferentes tipos de bicos de pulverização, classificados em função da energia utilizada para a formação das gotas. Entretanto, como os pulverizadores hidráulicos ainda são os equipamentos mais importantes nas aplicações agrícolas, neste trabalho serão abordados estes tipos de bicos. Nelas, um líquido sob pressão é forçado através de uma pequena abertura, de tal forma que o líquido se espalha, formando uma lâmina que posteriormente se desintegra em gotas de diferentes tamanhos.

Os bicos hidráulicos apresentam funções básicas durante a aplicação de soluções de substâncias a alvos definidos que são:

  • Determinar a vazão = tamanho do orifício, características do líquido e pressão;
  • Distribuição = modelo da ponta, característica do líquido e pressão;
  • Tamanho de gotas = modelo da ponta, características do líquido e pressão.

Existem vários modelos de bicos disponíveis no mercado, sendo que cada uma deles produz um espectro de tamanho de gotas diferente, bem como larguras e padrões diferentes de deposição. Portanto, é muito importante saber escolher o bico mais adequado ao trabalho a ser realizado.

Cada modelo de bico de pulverização apresenta algumas características peculiares que os diferencia. No entanto, todos eles apresentam uma faixa ideal de pressão de trabalho e estão disponíveis com aberturas de diferentes tamanhos.

O tipo e tamanho mais adequados são selecionados em função do produto fitossanitário que se deseja aplicar, da superfície a ser tratada e do volume de calda necessária.

Os principais modelos de bicos hidráulicos para pulverização são:

Bicos de jato plano: podem ser do tipo 'leque' ou 'de impacto', produzem jato em um só plano e o seu uso é mais indicado para alvos planos, como solo, parede ou mesmo culturas como soja, etc.

Como a maioria dos herbicidas é aplicada na superfície do solo, ficou arraigada a crença de que bico de jato plano só serve para aplicação de herbicidas. No entanto, ele também pode ser indicado para aplicação de inseticidas e fungicidas ao solo (e parede, no caso de programas de saúde pública) ou culturas de campo, uma vez que, para seleção do bico, deve-se considerar todos os fatores que qualificam sua função (vazão, distribuição e tamanho de gotas geradas) e o alvo.

Os bicos de jato plano 'leque' podem ainda ser subdivididos em:

  • padrão: perfil elíptico, ideal para utilização em barras;
  • uniforme: para utilização em faixas, sem sobreposição;
  • baixa pressão: trabalham a pressões mais baixas que a padrão, produzindo gotas maiores;
  • redutora de deriva: possui um pré-orifício especialmente desenhado para proporcionar gotas mais grossas e reduzir o número de gotas pequenas com tendência de deriva;
  • injeção de ar: possui uma câmara onde a calda é misturada ao ar succionado por um sistema venturi, proporcionando gotas mais grossas e reduzindo o número de gotas pequenas;
  • leque duplo: possui dois orifícios idênticos produzindo um leque voltado 30º para frente e outro 30º para trás em relação à vertical.

Esses tipos de bicos são mais utilizados para aplicação de herbicidas. São produzidos em uma grande variedade de tamanho e ângulos de abertura do leque, embora os de uso mais freqüente sejam os de 80 e 110 graus. Os de ângulo maior oferecem um leque maior, mas geralmente produzem gotas menores.

Bicos de jato cônico: são tipicamente compostos por dois componentes denominados de ponta (ou disco) e núcleo (difusor, caracol, espiral ou core).

São mais freqüentemente encontrados como peças separadas, mas também podem ser encontrados incorporados em uma única peça. O núcleo possui um ou mais orifícios em ângulo, que fazem com que o líquido, ao passar por eles, adquira um movimento circular ou espiral. Após tomar esse movimento, o líquido passa através do orifício circular do disco e então se abre em um cone.

Uma grande variedade de taxas de fluxo, de ângulos de deposição e de tamanhos de gotas podem ser obtidas através de várias combinações entre o tamanho do orifício do disco, número e tamanho dos orifícios do núcleo, tamanho da câmara formada entre o disco e o núcleo e a pressão do líquido. Em geral, pressões mais elevadas com orifícios menores no núcleo e maiores no disco proporcionam ângulos de deposição mais amplos e gotas menores.

Os bicos do tipo cone podem ser basicamente de dois tipos: "cone vazio" e "cone cheio".

A deposição no cone vazio se concentra somente na periferia do cone, sendo que, no centro, praticamente não há gotas. No cone cheio, o núcleo possui também um orifício central, que preenche com gotas o centro do cone, proporcionando um perfil de deposição mais uniforme que o do cone vazio, sendo mais recomendado em pulverizações com barras em tratores.

Os bicos de jato cônico são utilizados na pulverização de alvos irregulares, como por exemplo, as folhas de uma cultura, pois como as gotas se aproximam do alvo de diferentes ângulos, proporcionam uma melhor cobertura das superfícies.

Como já foi visto, o tamanho das gotas tem relação direta com a deriva, evaporação e cobertura do alvo. Portanto, escolher a ponta que produza gotas de tamanho adequado ao produto a ser utilizado e ao alvo a ser atingido é fundamental.

É importante salientar também que, para uma mesma ponta, o tamanho das gotas diminui à medida que a pressão aumenta (por exemplo, qualquer ponta produzirá gotas maiores a 2 bar de pressão do que a 4 bar), e que, para uma mesma pressão e tipo de ponta, o tamanho de gotas aumenta com o diâmetro de abertura da ponta (por exemplo, numa dada pressão, uma ponta com vazão de 0,2 L/min produzirá gotas menores que outra de mesmo modelo com vazão de 0,4 L/min).

Normalmente, os fabricantes de bicos possuem catálogos que informam o tipo de pulverização gerado pelos bicos (muito fina, fina, média, grossa, muito grossa), nas diferentes pressões recomendadas, para permitir a avaliação do grau de risco de deriva e evaporação.

Pressões de trabalho recomendada para os diferentes tipo de bicos:

  • bicos tipo cone: de 45 a 200 psi
  • bicos tipo leque: de 30 a 60 psi

 

Influência das condições climáticas
 

Durante a aplicação, alguns fatores podem determinar a interrupção da pulverização. Correntes de vento, por exemplo, podem arrastar as gotas numa maior ou menor distância em função de seu tamanho ou peso.

A temperatura e, principalmente, a umidade relativa do ar contribuem para a rápida evaporação das gotas.

As condições limites para uma pulverização são:

  • Umidade relativa do ar: mínima de 55%
  • Velocidade do vento: 3 a 10 km/h;
  • Temperatura: abaixo de 30º C.

 

Calibração do pulverizador costal (manual)
 

1. Demarque uma área de 10 m x 10 m (100 m2 ) na cultura.

2. Abasteça o pulverizador somente com água e marque o nível no tanque.

3. Coloque o pulverizador nas costas e ajuste as alças.

4. Pulverize a área marcada a uma velocidade confortável e que seja sustentável nas condições normais da área que será pulverizada (subida, descida, evitando obstáculos etc.) no período de trabalho normal.

5. Retire o pulverizador das costas.

6. Meça a quantidade de água necessária para reabastecer o tanque do pulverizador até a marca feita anteriormente, com recipiente graduado.

7. Repita essa operação por mais duas vezes e calcule a média do gasto de água.

8. Para determinar o volume de aplicação em 1 hectare, multiplique por 100 o volume aplicado em 100 m2.

9. Leia a bula do produto para verificar se este volume está dentro dos limites recomendados. Se o volume obtido for superior ou inferior a 10% do volume recomendado na bula, mude a ponta para uma de vazão maior ou menor, conforme o caso. Caso haja necessidade da troca dos bicos, o procedimento de calibração deve ser repetido.

  • Nos casos onde a dosagem do produto é recomendada em concentração (ex: 150 mL/100 L de água), o volume adequado pode ser visualizado através do início do escorrimento da calda, no caso de folhagens, ou da obtenção da concentração de gotas desejada.

10. Calcule o número de tanques que serão gastos em um hectare, dividindo a quantidade de água gasta por hectare pelo volume do tanque do pulverizador.

11. Leia a bula do produto para identificar a dosagem recomendada.

  • Se a dosagem estiver recomendada por hectare (ex: 2,0 L/ha), calcule a quantidade de produto a ser colocada no tanque a cada reabastecimento em função do número de tanques por hectare. Por exemplo, se a capacidade do tanque é de 20 L e a taxa de aplicação de 200 L/ha, a quantidade de produto a ser colocada a cada reabastecimento será (20 ÷ 200) x 2,0 = 0,2 litros de produto por tanque.
  • Se a dosagem estiver recomendada em concentração (ex: 150 mL/100 L de água), calcule a quantidade de produto a ser colocada no tanque a cada reabastecimento em função da capacidade do tanque. Por exemplo, se a capacidade do tanque é de 20 L, a quantidade de produto a ser colocada a cada reabastecimento será (20 ÷ 100) x 150 = 30 mL de produto por tanque.

Observação: como alternativa, pode-se determinar o tempo gasto para pulverizar 100 m². Posteriormente, com o pulverizador parado e o auxílio de um recipiente graduado, determina-se o volume pulverizado no tempo cronometrado.

 

Calibração do pulverizador tratorizado com mangueiras
 

1. Meça a faixa de pulverização, que será normalmente igual ao espaçamento de plantio dividido pelo número de vezes que o aplicador entra em uma mesma rua. (ex: 4 m entre ruas /2 vezes por rua = 2 m de faixa).

  • Em canteiros, a faixa de aplicação será igual a largura do canteiro multiplicada pelo número de canteiros pulverizados simultaneamente.

2. Abasteça o pulverizador somente com água.

3. Calcule quantos metros precisam ser pulverizados para cobrir 100 m2 através da divisão de 100 pela faixa de pulverização medida.

4. Determine o tempo em segundos necessário para pulverizar sobre a distância calculada, a uma velocidade confortável e que seja sustentável nas condições normais da área que será pulverizada (subida, descida, evitando obstáculos etc.) no período de trabalho normal.

5. Repita essa operação por mais duas vezes e calcule o tempo médio.

6. Com o operador parado, funcione o pulverizador e colete o volume pulverizado dentro de um recipiente qualquer (como, por exemplo, um saco de adubo ou de lixo) durante o tempo determinado.

7. Meça o volume pulverizado em uma caneca graduada.

8. Repita essa operação por mais duas vezes e calcule a média do gasto de água.

9. Para determinar o volume de aplicação em 1 hectare, multiplique por 100 o volume aplicado em 100 m2.

10. Leia a bula do produto para verificar se este volume está dentro dos limites recomendados. Se o volume obtido for superior ou inferior a 10% do volume recomendado na bula, mude a ponta para uma de vazão maior ou menor, conforme o caso. Caso haja necessidade da troca dos bicos, o procedimento de calibração deve ser repetido.

  • Nos casos onde a dosagem do produto é recomendada em concentração (ex: 150 mL/100 L de água), o volume adequado pode ser visualizado através do início do escorrimento da calda, no caso de folhagens, ou da obtenção da concentração de gotas desejada.

11. Leia a bula do produto para identificar a dosagem recomendada.

  • Se a dosagem estiver recomendada por hectare (ex: 2,5 L/ha), calcule a quantidade de produto a ser colocada no tanque a cada reabastecimento em função do volume pulverizado. Por exemplo, se a capacidade do tanque é de 200 L e a taxa de aplicação de 500 L/ha, a quantidade de produto a ser colocada a cada reabastecimento será (200 ÷ 500) x 2,5 = 1,0 litro de produto por tanque.
  • Se a dosagem estiver recomendada em concentração (ex: 150 mL/100 L de água), calcule a quantidade de produto a ser colocada no tanque a cada reabastecimento em função da capacidade do tanque. Por exemplo, se a capacidade do tanque é de 200 L, a quantidade de produto a ser colocada a cada reabastecimento será (200 ÷ 100) x 150 = 300 mL de produto por tanque.

 

Calibração do pulverizador tratorizado de barras
 

1. Selecione a altura de trabalho da barra em função da distância e do tipo de bico que equipa a barra.

O tipo de bico de pulverização em função do alvo, do tipo e modo de ação do produto fitossanitário foi selecionado na fase de regulagem.

2. Abasteça o pulverizador somente com água.

3. Marque 50 metros no terreno a ser tratado.

4. Identifique no trator a rotação necessária no motor para proporcionar 540 rpm na TDP (tomada de potência) e acelere o motor até esta rotação.

5. Selecione a marcha que proporcione a velocidade adequada às condições de operação na área a ser tratada.

6. Ligue a tomada de potência (TDP).

7. Anote o tempo (T) necessário para o trator, na marcha e rotação selecionadas, percorrer os 50 metros. (Em terrenos de topografia irregular, repita a operação várias vezes e tire a média).

  • Inicie o movimento do trator no mínimo 5 metros antes do ponto marcado.

8. Afrouxe totalmente a válvula reguladora de pressão.

9. Com o trator parado, na rotação selecionada, abra as válvulas de fluxo para as barras e regule a pressão de acordo com a recomendada para os bicos que estão sendo utilizadas. Caso não se conheça a faixa de pressão recomendada, o seguinte padrão pode ser utilizado:

9.1 Faça uma breve checagem visual do padrão de pulverização dos bicos e do seu alinhamento.

9.2 Colete o volume (V) pulverizado por um bico durante o tempo necessário para o trator percorrer os 50 metros.

  • Se durante a regulagem, a vazão de todos os bicos de pulverização foi checada e o padrão de deposição foi verificado, a coleta poderá ser realizada em apenas alguns bicos. Porém, se não foi feita anteriormente, a determinação do volume aplicado deve ser feita em todos os bicos.

10. A taxa de aplicação (Q), em litros por ha, pode então ser determinada de duas maneiras:

  • Caso se disponha de um copo calibrador, efetue a leitura diretamente na coluna correspondente ao espaçamento entre bicos utilizado.
  • Caso não se disponha do copo calibrador, pode-se utilizar qualquer caneca graduada. Neste caso, a taxa de aplicação pode ser calculada pela seguinte fórmula: Q = 400 x V x fc. Onde o volume deve estar em litros e cálculo do fc da seguinte forma - fc=50/espaçamento (cm) entre bicos na barra, ou seja, 50 dividido pelo espaçamento entre bicos. O fator fc é usado para corrigir a vazão do bico em um determinado espaçamento.

13. Repita essa operação em vários bicos para obter moda. (Moda é o número mais freqüente no conjunto de medições)

  • Se as vazões obtidas forem 10% maior que a de um bico novo para uma pressão, o conjunto de bicos deve ser substituído. Caso isso não aconteça e apenas alguns bicos (2 ou 3 em cada 10) fogem desse padrão, deve-se substituir o bico cuja vazão foge da moda por bicos novos do mesmo modelo e vazão. Para fins práticos, pode-se adotar um desvio de 10% entre a vazão máxima e mínima do conjunto.

14. Leia a bula do produto para verificar se esta taxa de aplicação está dentro dos limites recomendados. Caso não esteja, pequenos ajustes podem ser realizados variando-se a pressão ou a velocidade do trator, porém, para ajustes maiores, recomenda-se a troca dos bicos de pulverização para bicos de vazões maiores ou menores, conforme a necessidade.

  • As alterações na velocidade do trator devem ser realizadas sempre pela alteração da marcha e NUNCA pela alteração na rotação do motor (mantenha 540 rpm na TDP).

15. Leia a bula do produto para identificar a dosagem recomendada

  • Se a dosagem estiver recomendada por hectare (ex: 2,0 L/ha), calcule a quantidade de produto a ser colocada no tanque a cada reabastecimento em função da taxa de aplicação. Por exemplo, se a capacidade do tanque é de 600 L e a taxa de aplicação de 400 L/ha, a quantidade de produto a ser colocada a cada reabastecimento será (600 ÷ 400) x 2,0 = 3,0 litros de produto por tanque.
  • Se a dosagem estiver recomendada em concentração (ex: 200 mL/ 100 L de água), calcule a quantidade de produto a ser colocada no tanque a cada reabastecimento em função da capacidade do tanque. Por exemplo, se a capacidade do tanque é de 600 L, a quantidade de produto a ser colocada a cada reabastecimento será (600 ÷ 100) x 200 mL = 1200 mL ou 1,2 L do produto por tanque.

 

Fonte: EMBRAPA Semiárido

Disponível em: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Banana/BananeiraIrrigada/agrotoxicos.htm